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Após anúncio de equipe econômica, juros vão a 11,75%, os maiores em 3 anos
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, subiu a taxa básica de juros (Selic) de 11,25% para 11,75% ao ano. São os maiores juros em mais de três anos, desde agosto de 2011 (quando estavam em 12%). Também é o segundo aumento seguido, e representa uma aceleração no ritmo de alta. A decisão foi unânime entre os integrantes do comitê.
Na última reunião, o Copom havia elevado os juros em 0,25 ponto percentual, de 11% para 11,25% (uma variação mais corriqueira nas decisões do BC). Agora a subida foi de 0,5 ponto percentual. Esta foi a última reunião do Copom no ano sobre taxa de juros. A próxima deliberação será em 20 de janeiro.
Foi a segunda decisão sobre juros depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Na primeira reunião do Copom após a eleição, três dias depois do segundo turno, a alta da taxa para 11,25% surpreendendo o mercado, que esperava manutenção.
Em nota, o Copom diz que o resultado do aumento de juros é "defasado" e precisa ser aplicado com "parcimônia" (de forma cautelosa).
"Considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o comitê avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia", afirma a nota.
Taxa de juros é ferramenta para tentar combater inflação
Uma das maiores críticas a Dilma tem sido a economia, incluindo a inflação em alta. Os juros são usados, entre outras coisas, para tentar controlar a inflação. O governo tenta recuperar confiança do mercado.
No fim do mês passado, foram anunciados os nomes da nova equipe econômica. O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já acenou com metas mais realistas e controle de gastos. O mercado gostou de sua nomeação.
A Selic é uma taxa de referência para o mercado e remunera investimentos com títulos públicos, por exemplo. Não representa os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos. A taxa média de juros cobrada das pessoas na vida real em outubro chegou a 103,05% ao ano, segundo a Anefac, associação de executivos de finanças.
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Í;ndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 6,59% em 12 meses até outubro, estourando o limite máximo da meta do governo, que é de 6,5%. A meta do BC é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas são aceitos dois pontos percentuais para cima ou para baixo (ou seja, variando de 2,5% a 6,5%, o chamado teto da meta).
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.
Se os juros estão elevados, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais alto. Essa situação deixa a economia com menos força. O lado bom é que investimentos baseados em juros são beneficiados e rendem mais para o aplicador.
Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria consegue produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.
Além de inflação, o país tem um crescimento muito pequeno. Segundo o IBGE, a economia brasileira, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto), cresceu 0,1% no terceiro trimestre. Esse leve crescimento tirou o país da recessão técnica, que ocorre quando o PIB (Produto Interno Bruto) tem resultados negativos em dois trimestres seguidos.
A economia brasileira encolheu 0,6% no segundo trimestre e 0,2% no primeiro trimestre. Recessão significa redução de consumo, menos produção e risco de desemprego.
Poupança continua rendendo igual
A poupança continua rendendo com seu potencial máximo.
Uma nova regra de 2012 estabelece que ela renda menos quando a Selic estiver igual ou inferior a 8,5% ao ano. Nesse caso, a poupança daria 70% da Selic mais a TR. Como está acima disso, o rendimento é o tradicional: 6,17% ao ano mais a TR.
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