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Aprofundando-se na Síndrome de Burnout no Meio Financeiro


12/04/2024
Brasil
Jornal Contábil

O mercado financeiro, com sua cultura de alta performance, longas horas de trabalho e constante pressão por resultados, tornou-se um terreno fértil para o desenvolvimento da síndrome de burnout. Essa condição, caracterizada pelo esgotamento físico e emocional extremo, impacta cada vez mais profissionais do setor, comprometendo sua saúde mental e bem-estar.

 

A síndrome de burnout no meio financeiro se configura como um problema de saúde pública, com estimativas alarmantes:

  • 28% dos profissionais financeiros apresentam alto risco de burnout, segundo pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
  • 70% dos bancários relataram sentir-se esgotados, de acordo com estudo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Entenda o que é Síndrome de Burnout e como funciona:

A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional caracterizado pelo esgotamento físico e mental extremo. Ela surge como resposta a situações de trabalho desgastantes, que demandam muita responsabilidade, pressão por resultados e competitividade.

A Síndrome pode se desenvolver em 5 estágios:

  • Entusiasmo: Fase inicial, caracterizada por grande energia e motivação.
  • Estagnação: Perda de entusiasmo e início da desmotivação.
  • Frustração: Aumento do estresse e da insatisfação com o trabalho.
  • Apatia: Desinteresse total pelo trabalho e sentimento de esgotamento.
  • Desesperança: Sentimentos de desesperança e depressão.

Quais os grandes fatores de risco espécificos da área financeira?

  • Carga de trabalho excessiva: Prazos apertados, metas ambiciosas e a sensação de nunca haver tempo suficiente para concluir as tarefas são alguns dos principais fatores que contribuem para o burnout.
  • Falta de controle sobre o trabalho: A sensação de impotência e de não ter autonomia sobre as próprias atividades pode gerar frustração e ressentimento, intensificando o risco de burnout.
  • Ambiente competitivo e exigente: A pressão por resultados, a comparação constante com colegas e a cultura de meritocracia exacerbada podem levar ao esgotamento mental e emocional.
  • Falta de reconhecimento e valorização: A sensação de que o trabalho não é valorizado ou que os esforços não são reconhecidos pode gerar desmotivação e contribuir para o burnout.
  • Falta de suporte social: A ausência de uma rede de apoio no trabalho e em casa pode dificultar o manejo do estresse e aumentar a vulnerabilidade à síndrome.

Sintomas Preocupantes:

  • Exaustão física e mental: Fadiga constante, cansaço extremo, falta de energia e dificuldade de concentração são alguns dos sintomas físicos e mentais do burnout.
  • Desmotivação e perda de interesse no trabalho: O profissional pode sentir apatia, desânimo e perda de prazer em suas atividades profissionais.
  • Cinismo e negatividade: Atitudes negativas, pessimismo, irritabilidade e impaciência podem se manifestar com frequência.
  • Isolamento social: O profissional pode se afastar de colegas, amigos e familiares, preferindo se isolar.
  • Problemas de saúde física: Dores de cabeça, problemas digestivos, insônia, alterações de apetite e outros problemas físicos podem ser desencadeados pelo burnout.

Consequências Graves:

A síndrome de burnout não se limita a um mero esgotamento. Suas consequências podem ser devastadoras para a saúde mental e física do profissional, impactando negativamente sua vida pessoal e profissional.

 
  • Queda de produtividade e desempenho: O profissional com burnout pode ter dificuldade de se concentrar, cometer erros com frequência e apresentar baixa produtividade.
  • Aumento do absenteísmo: Faltas frequentes ao trabalho, atrasos e necessidade de afastamento médico podem ser consequências do burnout.
  • Dificuldades de relacionamento: A irritabilidade, o isolamento e a negatividade podem prejudicar os relacionamentos interpessoais do profissional, tanto no trabalho quanto em casa.
  • Problemas de saúde mental: A síndrome de burnout pode aumentar o risco de desenvolver transtornos como depressão, ansiedade e síndrome do pânico.

Medidas Essenciais para Combater o Burnout:

Para Empresas:

  • Implementar uma cultura organizacional saudável: Priorizar o bem-estar dos colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho positivo, com respeito, valorização e reconhecimento.
  • Melhorar a gestão de carga de trabalho: Distribuir tarefas de forma equilibrada, evitar sobrecarga de trabalho e estabelecer prazos realistas.
  • Oferecer programas de suporte e acompanhamento psicológico: Disponibilizar profissionais qualificados para auxiliar os colaboradores no manejo do estresse e na promoção da saúde mental.
  • Incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional: Estimular os colaboradores a ter tempo para atividades fora do trabalho, como hobbies, família e amigos.
  • Promover a comunicação aberta e transparente: Criar um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para expressar suas dificuldades e buscar ajuda quando necessário.

Para Profissionais:

  • Desenvolver habilidades de gerenciamento do tempo: Estabelecer prioridades, organizar tarefas e definir limites de tempo para cada atividade podem ajudar a reduzir o estresse.
  • Praticar técnicas de relaxamento: Meditação, yoga, exercícios físicos e outras atividades que promovem o relaxamento podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.
  • Manter uma alimentação saudável: Uma dieta equilibrada e nutritiva fornece os nutrientes necessários para o corpo e a mente funcionarem de forma adequada.
  • Dormir bem: Dormir pelo menos 7 horas por noite é essencial para a recuperação física e mental.
  • Desenvolver hobbies e interesses fora do trabalho: Dedicar tempo a atividades que proporcionem prazer e relaxamento é essencial para o bem-estar mental.
  • Buscar ajuda profissional: Se sentir os sintomas de burnout, é importante procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para obter o suporte necessário.

Combate ao Estigma:

É crucial combater o estigma em torno da saúde mental, incentivando as pessoas a buscar ajuda sem medo de julgamentos. A criação de um ambiente de trabalho mais humano e compreensivo é fundamental para prevenir e combater a síndrome de burnout.

Lembre-se: A síndrome de burnout é um problema sério que pode ter graves consequências. Se você está com sintomas de burnout, procure ajuda profissional. Você não está sozinho.


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