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Brasil tem o pior retorno de impostos em relação ao IDH, aponta IBPT
O Brasil ocupa a última posição em um ranking que avalia o retorno dos impostos pagos pela população em investimentos que impactam diretamente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O estudo, conduzido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), analisa os 30 países com as maiores cargas tributárias do mundo.
O IBPT considera dois principais indicadores: a carga tributária como percentual do Produto Interno Bruto (PIB) e o IDH, que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor é o cenário de educação, saúde e expectativa de vida de uma nação. A partir desses dados, é calculado o Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES).
Em 2022, a carga tributária no Brasil representou 32,39% do PIB, a 24ª maior entre os países analisados. No entanto, o IDH brasileiro ficou em 0,760, o mais baixo do grupo.
Com esses números, o IRBES do Brasil alcançou apenas 142,35, posicionando o país em 30º lugar no ranking, posição mantida desde o início do estudo, em 2011. Em comparação, o primeiro colocado no ranking tem um IRBES de 171,72.
O estudo ressalta que, apesar de o Brasil ter uma carga tributária comparável à de países desenvolvidos como Reino Unido, França e Alemanha, o desenvolvimento humano no país ainda é muito precário.
Outros países latino-americanos, como a Argentina, aparecem em posições superiores no ranking. A Argentina, por exemplo, está em 22º lugar, com uma carga tributária de 34,40% e um IDH de 0,849. No entanto, o país caiu nove posições em relação ao levantamento de 2023, quando ocupava o 13º lugar.
Por outro lado, a Irlanda ocupa o primeiro lugar do ranking pelo sexto ano consecutivo. O país tem uma carga tributária de 20,90% do PIB e um IDH de 0,950. A Suíça e os Estados Unidos completam os três primeiros lugares, evidenciando uma relação mais eficiente entre arrecadação de impostos e retorno em qualidade de vida para a população.
Desafios
O estudo do IBPT ressalta os desafios enfrentados pelo Brasil em termos de gestão dos recursos arrecadados e seu impacto no bem-estar da população.
A discrepância entre a alta carga tributária e o baixo desenvolvimento humano sugere a necessidade de uma revisão nas políticas públicas e na eficiência dos investimentos realizados pelo governo.
Enquanto países como Irlanda, Suíça e Estados Unidos demonstram como uma gestão eficiente pode maximizar os benefícios sociais dos tributos, o Brasil ainda enfrenta um longo caminho para alcançar um retorno mais justo e eficaz dos impostos pagos pela população.
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