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Confiança dos micro e pequenos empresários registra piora em agosto, revela índice
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) de varejo e de serviços, medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), registrou 36,70 pontos em agosto. O resultado, abaixo do nível neutro de 50 pontos, demostra um pessimismo ainda maior com o presente e futuro próximo da economia e dos negócios, em relação ao mês passado (37,06 pontos). Entretanto, melhorou a avaliação das expectativas dos MPE em relação aos seus negócios para os próximos seis meses (56,30 pontos) e à economia (41,89 pontos).
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a situação da economia em recessão diminui cada vez mais a confiança dos micro e pequenos empresários. "O PIB recuou 1,9% no segundo trimestre de 2015, levando o Brasil a entrar em recessão técnica. Tanto o recuo dos investimentos e do consumo das famílias contribuíram para a queda, e isso leva os empresários a terem resultados negativos imediatos em seus negócios em relação aos últimos meses", explica o presidente. "Porém, o indicador mostra que, quando em relação às expectativas para o futuro de sua empresa, os MPEs são mais positivos e acham que a situação irá melhorar". O ICMPE é composto mensalmente pelo Indicador de Condições Gerais e o Indicador de Expectativas, com as opiniões dos micro e pequenos empresários nos 27 estados.
71,1% acreditam que seus negócios pioraram nos últimos 6 meses
O Indicador de Condições Gerais mede a percepção do empresário em relação à trajetória da economia e de seu negócio nos últimos seis meses. Em agosto, registrou 20,17 pontos, indicando piora também em relação aos 23,39 pontos de maio, primeiro mês da série histórica.
"O dado revela com clareza que, na percepção dos micro e pequenos empresários, a economia piorou nos últimos seis meses, afetando o desempenho de seus negócios", afirma Pinheiro. A avaliação tem respaldo nas estatísticas oficiais: de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, o volume de vendas do varejo acumula queda de 2,2% nos seis primeiros anos do ano.
Quando analisada as Condições Gerais da Economia, o indicador marcou 14,49 pontos em agosto, contra 14,79 pontos de julho. Cerca de 87,5% dos MPEs acreditam que a situação econômica piorou muito nos últimos seis meses.
Já o indicador de Condições Gerais do Negócio sobre os últimos seis meses também é negativo, ainda que mais moderado, com 25,85 pontos ante 27,85 no mês anterior. "Ambos os dados estão bem distantes dos 50 pontos, ou seja, da situação em que entrevistados não sentem mudança alguma do quadro econômico", explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. "Cada vez mais, a percepção sobre a situação econômica contamina a percepção sobre a situação do pequeno varejista e prestador de serviços."
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