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Conflito de Geração: Baby boomers e Geração Z no mercado de trabalho
Apenas 50,8% dos adultos nascidos entre 1997 e 2012 concordariam em dedicar mais tempo, contra 54,9% dos que já estão mais perto da aposentadoria
Dados da YouGov Global Profiles, plataforma da multinacional de pesquisa on-line YouGov, expõem as diferenças entre Baby boomers (adultos nascidos entre 1946 e 1964) e Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) no mercado de trabalho.
Os números sugerem que, na América Latina, os adultos que estão começando a se aposentar e a deixar os escritórios e locais de trabalho estão mais comprometidos com o trabalho, se comparados aos mais jovens.
Praticamente metade (50,8%) dos adultos da Geração Z entrevistados pela Global Profiles na América Latina afirmaram que concordariam em sacrificar parte do seu tempo livre para avançar em suas carreiras.
Embora represente a maioria dos consumidores nesse grupo etário, esse número é estatisticamente menor do que os 54,9% dos Baby boomers latinos que fariam o mesmo. Também é provável que os adultos de 60 a 78 anos afirmem serem motivados a progredir em suas carreiras, não apenas pelo dinheiro.
É mais comum também que a Geração Z latina diga que gostaria de não ter que ir trabalhar todos os dias, em comparação com os Baby boomers da região (51,5% contra 38,9%). No entanto, esses dados não significam que os adultos mais jovens sejam preguiçosos ou não estejam dispostos a fazer o necessário para ter sucesso.
Na verdade, eles são tão propensos quanto os Baby boomers a querer ter seu próprio negócio, estão mais dispostos a serem audaciosos para alcançar seus objetivos, e é estatisticamente provável que digam que gostam de trabalhar duro e se divertir muito.
Apenas 43,5% dos jovens latinos (18 a 27 anos) afirmam amar o trabalho
David Eastman, diretor-geral da YouGov na América Latina, avalia que essa aparente falta de comprometimento da Geração Z latino-americana com o trabalho parece estar diretamente relacionada ao apreço que eles têm por sua trajetória profissional.
"Apenas 43,5% dos jovens latinos de 18 a 27 anos afirmam amar o seu trabalho. Esse número não apenas é estatisticamente mais baixo do que a porcentagem registrada para todos os entrevistados pelo Global Profiles (58,3%), mas é a mais baixa entre todos os grupos etários, sendo substancialmente menor do que os 71,6% dos Baby boomers", aponta.
Na verdade, os dados mostram que 47,4% dos latinos da Geração Z afirmam que a única razão pela qual vão trabalhar é pelo dinheiro. Essa cifra quase duplica a porcentagem de 28,2% dos Baby boomers que têm a mesma opinião e é também a mais alta entre todos os grupos etários.
"A enorme diferença entre os dois grupos pode ser explicada, em parte, pelo fato de muitos Baby boomers estarem aposentados ou em processo de aposentadoria, e, portanto, não precisarem mais trabalhar, a menos que realmente gostem", acrescenta Eastman.
O diretor-geral ressalta haver também uma clara desilusão em relação ao mundo profissional por parte da Geração Z latina.
"Nem mesmo a metade desses jovens se diz confiante em seu futuro profissional, embora em muitos casos estejam apenas iniciando suas carreiras. Em comparação, seis em cada dez Baby boomers mostram confiança em suas perspectivas profissionais, mesmo estando próximos do final de suas trajetórias laborais. Nesse tema, a Geração Z também representa a menor porcentagem entre todos os grupos etários", diz.
Baby boomers são mais confiantes para lidar com possíveis crises financeiras
As condições econômicas reveladas pelo Global Profiles sobre a Geração Z na América Latina também oferecem pistas sobre por que esses jovens estão mais focados em ganhar dinheiro do que em progredir em suas carreiras.
Embora mais da metade dos consumidores entrevistados na região, ao longo de todos os grupos etários, afirmem sentir confiança em relação ao seu futuro financeiro, a cifra é estatisticamente mais alta entre os Baby boomers do que entre os jovens da Geração Z.
Em termos de segurança financeira atual, os adultos de 60 a 78 anos se sentem em uma posição mais estável do que os jovens de 18 a 27 anos.
E em termos de capacidade para lidar com uma crise financeira pessoal (como uma falência ou perder a casa), Baby boomers e Geração Z estão quase em lados opostos: 43,9% dos boomers estão confiantes de que poderiam sair bem de uma situação assim, em comparação com apenas 30,4% dos membros mais recentes no mercado de trabalho.
David Eastman avalia que esse contexto pode ser explicado, em parte, porque os Baby boomers teoricamente tiveram a oportunidade de acumular riqueza ao longo de um período substancialmente mais longo do que a Geração Z, resultando em uma maior segurança financeira.
"No entanto, esses dados também podem ser interpretados como um cenário de trabalho mais complexo na América Latina para os trabalhadores mais jovens. Isso pode continuar provocando uma falta de comprometimento entre os adultos que estão apenas começando no mercado de trabalho, o que, a longo prazo, poderia resultar em uma produtividade menor para a região", conclui.
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