Utilitários Contábeis
Contador e Familiares são presos por fraude
Os 34 investigados na Operação "BBPag", da Polícia Civil, tiveram a prisão temporária decretada por apresentarem riscos ao andamento das investigações, segundo consta na decisão assinada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda. Na decisão que culminou na expedição de 78 ordens judiciais - sendo 34 de prisão temporária e 44 de busca e apreensão -, a juíza destaca que, sem tal medida, era possível que as diligências ainda pendentes fosses "frustradas" pelos investigados, que poderiam tentar "de toda forma destruir provas, criar álibis ou mesmo impossibilitar a descoberta da verdade". "No caso presente, a prisão temporária é necessária para evitar que, soltos, os suspeitos engendrem meios de suprimir provas, persuadir testemunhas, arregimentar álibis, ou ainda criar operações contábeis ou financeiras que maquiem as irregularidades noticiadas", diz trecho da decisão.
Conforme Selma Arruda, a detenção dos envolvidos garante que todos sejam inqueridos simultaneamente, "sem tempo para criação de teses, ocultação de provas, aliciamento de testemunhas, ou outros ardis que dificultem a coleta de provas pela autoridade policial". A operação é conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários da Capital (Defaz) e investiga um suposto esquema que teria desviado R$ 85 milhões da Conta Única do Estado, por meio do sistema eletrônico disponibilizado pelo Banco do Brasil, o BBPag.
Até o momento, 30 pessoas já foram detidas em Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Quatro investigados estão foragidos e sete dos detidos já prestaram depoimento à delegada Cleibe Aparecida de Paula. Consta na decisão que os fatos investigados caracterizam, em tese, crimes contra administração pública (peculato), falsidade ideológica, extravio de documentos públicos e formação de quadrilha - todos punidos com a pena de reclusão.
Segundo Selma Arruda, a probabilidade de que os investigados tenham efetivamente participado de tais crimes "é bastante alta, diante dos elementos até agora alavancados aos autos". De acordo com a decisão, o esquema fraudulento teria sido perpetrado por uma extensa rede de pessoas, dentre elas servidores públicos e empresários, que teriam meios para "burlar as investigações e promover o desfazimento das provas necessárias".
O dinheiro desviado teria sido usado por gestores, funcionários e familiares das pessoas jurídicas para a compra de imóveis, empresas, veículos e viagens. Um dos presos é o empresário Giovani Dadalt Crespani, dono de um escritório de contabilidade em Primavera do Leste, distante 239 km de Cuiabá, e suspeito de ter sonegado mais de R$ 60 milhões.
A mãe e a tia dele foram presas em Soledade (RS) e, a empresa dele em Tubarão (SC), bem como sua casa e seu escritório de contabilidade, em Primavera do Leste, foram alvos de busca e apreensão. O G1 não conseguiu contato com o advogado do suspeito. Os materiais apreendidos na casa e no escritório do empresário - entre computadores, documentos e notas fiscais - foram descarregados na Delegacia Fazendária no início da tarde desta sexta-feira (16) e ainda serão analisados.
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