O Dia das Crianças está "polarizado": pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com a PiniOn aponta que 38,2% dos entrevistados pretendem comprar presentes na data, enquanto 39,3% responderam que não têm intenção de fazê-lo. O estudo mostra também que 22,5% ainda não sabem se irão presentear.

Na comparação com levantamento realizado no ano passado, diminuiu fortemente a proporção dos consumidores que manifestaram intenção de compra e aumentou dos que não pretendem adquirir presentes ou estão indecisos.

Entre os entrevistados que planejam comprar presentes para a data, 44,4% afirmaram que irão gastar mais do que em 2023, enquanto 34,4% têm a intenção de gastar menos. Em relação ao valor, a maioria (67,8%) pretende desembolsar entre R$ 50 e R$ 450.

Assim como observado na pesquisa do ano passado, a maioria das compras deve ser realizada em grandes redes do varejo (42,2%). Também continuou predominando a intenção de adquirir os presentes de forma presencial, em lojas físicas (55,9%). 

Confira abaixo os itens mais procurados para presentear no Dia das Crianças e como o consumidor pretende pagá-los:

EM SÃO PAULO

Como ocorreu em nível nacional, nas intenções de compra dos consumidores paulistas predominam itens tradicionais para esta data, como roupas, calçados e acessórios (31,6%), boneca (18,4%), bola de futebol (8,8%), bicicleta (8,9%) e carrinho (13,7%).

Porém, ao contrário das tendências observadas em todo o Brasil, houve um aumento na intenção de compra de determinados itens eletrônicos, como celulares, computadores, notebooks e tablets.

A participação dos serviços, especialmente de ingressos para cinema, teatro, zoológico e parques aquáticos, que representam 8,4% das intenções de compras, continuou a crescer em comparação à pesquisa do ano anterior. No entanto, essa categoria ainda mantém uma importância reduzida no desejo de consumo geral.

Com relação à forma de pagamento, houve predominância da preferência pela modalidade à vista para todas as categorias de bens e serviços consideradas na pesquisa, o que poderia ser explicado pelo ainda elevado custo do crédito.

CAPITAL PAULISTA E PERSPECTIVAS

A pesquisa também permitiu obter as intenções de compra de uma amostra de residentes na cidade de São Paulo (372). Em linhas gerais, os resultados desse recorte seguem as tendências estaduais. A maioria dos paulistanos pretende adquirir itens em grandes redes do varejo (48,2%), que custem entre R$ 50 e R$ 450 (75,2%), em lojas físicas, de forma presencial (51,6%), pagando, preferencialmente, à vista.

Contudo, a pesquisa na cidade de São Paulo apresentou duas diferenças importantes em relação à sondagem estadual. Em primeiro lugar, os entrevistados, em sua maioria, não pretendem comprar (39,8%) presentes no Dia das Crianças e, de forma majoritária, não manifestaram intenção de gastar mais do que no ano passado (38,9%).

Para o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, de modo geral, as intenções de compra para o Dia das Crianças sinalizam a maior preferência pelos itens tradicionais adquiridos nessa data. "As perspectivas de vendas para 2024 parecem menos promissoras do que as do ano anterior. Isso se deve ao aumento nos preços de produtos básicos, que afeta o poder de compra das famílias, especialmente em um contexto de alto endividamento", explica. "O número de indecisos cresceu significativamente, o que pode representar uma oportunidade para os comerciantes aumentarem suas vendas", sinaliza o economista.