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Diversificar é a estratégia das pequenas e médias empresas


06/05/2015
Brasil
Brasil Econômico

Nos últimos dois anos, a fábrica de alimentos Superbom, há 90 anos no mercado com itens de proteína vegetal, geleias, sucos e outros alimentos vegetarianos e veganos, vem se preparando para colocar em prática uma estratégia para contornar as atuais condições macroeconômicas mais desafiadoras, que já se desenhavam no cenário.

Com o radar apontando para uma provável escassez hídrica, que afetou a produção de alimentos e encareceu insumos, a alta do dólar, além dos custos mais elevados de energia, dentre outros fatores, a fabricante decidiu ampliar seu leque de atuação ingressando em uma nova categoria de produtos: a de queijos veganos, para manter sua projeção de elevar a receita entre 10% e 15%. A empresa não revela seu faturamento.

"Grande parcela da população brasileira - estima-se que 70% - tem algum tipo de intolerância à lactose, além de haver 17 milhões de vegetarianos no país. Até então não havia nenhuma produção em escala industrial de queijo vegano. Tínhamos uma área desativada em nossa fábrica e resolvemos investir nesse produto. Até agora investimos R$ 2 milhões", afirma o presidente da Superbom, Adamir Alberto.

Impactada pelo dissídio coletivo, o aumento de quase 40% nas contas de energia elétrica e a alta de matérias-primas por conta da valorização da moeda americana - como o glúten, que a Superbom usa em 15 itens e que importa da Holanda -, a empresa já reajustou preços de algumas categorias entre 7% e 8% neste ano. Ainda assim a fabricante afirma estar sacrificando suas margens de lucro.

Presente em 25 mil pontos de venda, a empresa - que nasceu dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia e a ela pertence até os dias de hoje -, planeja colocar o queijo vegano em entre 2,5 mil a 3 mil pontos de venda da região metropolitana de São Paulo nos próximos 12 meses, usando uma frota própria para a distribuição.

Como vitrine, a fabricante planeja usar sua forte presença em redes como a Mundo Verde, onde já está presente em 80% dos estabelecimentos, e conhecimento da marca em outras categorias: segundo a empresa, a Superbom é líder em vendas de unidades em cevada, além de estar entre as marcas mais consumidas de proteína vegetal, como salsichas, e ser uma das mais tradicionais fabricantes de sucos integrais.

A estratégia da Superbom prevê ainda o crescimento no setor de food service, que hoje já representa 4% do faturamento, e negocia a exportação de seus produtos para Espanha e Paraguai.

"Estamos procurando na Apas distribuidores com frota refrigerada para expandir a meta de distribuição de lácteos em breve para outras localidades", afirma Alberto acrescentando que estuda ingressar em novas categorias de alimentos refrigerados, como as salsichas.

Novos canais de distribuição e exportações

Para Stenio Dedemo, diretor comercial do Grupo ZDA, os pequenos e médios fabricantes vivem de novas estratégias para ganhar mercado e é por isto que o segmento costuma reagir de forma mais ágil a mudanças de cenários. "Estamos sempre em busca de inovações em produtos e na produção porque precisamos continuamente aumentar nossa participação de mercado", afirma o executivo, que faz parte da segunda geração da família no negócio.

Nos últimos três anos a companhia investiu cerca de R$ 35 milhões na ampliação do parque fabril e em novas tecnologias. Em fevereiro deste ano, com a conclusão da aquisição da Diatt, de chocolates diet e zero, a empresa, criada em 1976 com a fábrica de doces Bel, passou a se denominar Grupo ZDA e reúne ainda a Ailiram, de barras de cereais e outros itens da categoria lanches (chamada de snacks), e Hércules, focada em leite e creme de leite.

Com duas fábricas - em Marília e em Herculândia, ambas em São Paulo -, o grupo aposta na ampliação da sua oferta de snacks, com o lançamento da linha de pipocas prontas com sabores de chocolate, caramelo, cheddar e manteiga para cumprir sua meta de ampliar as vendas em 18% em 2015. A estratégia prevê ainda mudanças no canal de distribuição. Antes concentrada em redes atacadistas, a companhia vai aproveitar sua presença na Apas - feira que acontece nesta semana em São Paulo -, para iniciar negociações com distribuidores multimarcas para aumentar sua penetração de mercado. Hoje, cerca de 40% das vendas do grupo estão concentradas dentro do estado de São Paulo - o restante se distribui entre os demais estados do Sudeste e as regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. A companhia possui dois centros de distribuição, em Guarulhos (SP) e Maceió (AL).

No ano passado, o faturamento do grupo somou R$ 363 milhões. Com exportações para 20 países, os embarques representam cerca de 5% da receita da companhia. Mas esse percentual já foi maior: em 2004, as vendas para outros países somavam 30% do faturamento. Mas encolheram por conta da queda nas vendas para o Mercosul. As exportações para a Venezuela foram reduzidas a nada devido a dificuldades de a empresa repatriar estes valores. E as vendas para a Argentina foram reduzidas por conta de restrições do governo local.

No radar, o mercado americano está sendo prospectado. "Até por conta de nosso novo portfólio, com a aquisição da Diatt, estamos confiantes de que aumentaremos os embarques", afirma Dedemo.

Texto confeccionado por: Flávia Galembeck e Rodrigo Carro


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