Utilitários Contábeis

ECONOMIA - Mesmo com problemas econômicos, governo bate recorde de arrecadação em junho


25/07/2018
Brasil
Agência Brasil

O governo federal bateu recorde de arrecadação de impostos no mês de junho. No total, o valor arrecadado pela União no período chegou a R$ 110,855 bilhões, com crescimento real (descontada a inflação) de 2,01% comparado a igual mês do ano passado. O montante é o maior para o mês desde 2015, quando o valor foi de R$ 113,625 bilhões.

Com esse valor, a arrecadação de impostos no primeiro semestre chegou a R$ 714,255 bilhões, um crescimento de 6,88% em relação ao mesmo período de 2017. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (24) pela Receita Federal.

Entretanto, o ritmo de crescimento caiu: em janeiro, chegou a 10,12%, em fevereiro a 10,34%, em março a 8,42%, em abril, 8,27%, e em maio, 7,81%.

Assim, as receitas administradas pela Receita Federal chegaram a R$ 108,132 bilhões, com crescimento real de 1,23%, em junho. No primeiro semestre, o valor ficou em R$ 689,309 bilhões, com alta de 6,05% (crescimento real).

Impactos na arrecadação de impostos federais

Segundo a Receita, “o resultado pode ser explicado, principalmente, pela recuperação da atividade” e pelo aumento da arrecadação com programas de regularização tributária como o Refis Nacional. Com esses programas, a Receita arrecadou R$ 13,511 bilhões, no primeiro semestre deste ano, contra R$ 3,551 bilhões, no mesmo período de 2017.

O resultado foi influenciado também pelo crescimento na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de empresas não financeiras, de 11,99%.

Também houve impacto do aumento das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre combustíveis, em vigor desde o fim de julho do ano passado. De janeiro a junho, a arrecadação chegou a R$ 15,280 bilhões, contra R$ 7,162 bilhões, no primeiro semestre de 2017.

As ações de cobrança de contribuições previdenciárias em atraso e depósito judiciais também contribuíram para o aumento da arrecadação. No período de janeiro a junho de 2018, foram R$ 53 bilhões. Esse resultado é 13,3% superior ao mesmo período de 2017.

Por outro lado, houve redução na arrecadação sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRRF) sobre rendimentos de capital, em função da queda dos juros. Segundo a Receita, em junho e dezembro são concentrados os pagamentos do imposto incidentes sobre o capital de fundos de renda fixa.

Em junho, a arrecadação do IRRF sobre rendimentos de capital chegou a R$ 7,771 bilhões, com queda de 27,93%. No primeiro semestre, a arrecadação chegou a R$ 26,231 bilhões, com queda de 16,38%.

A arrecadação das contribuições para a Previdência Social caiu 2,04% em junho, descontado o IPCA, na mesma comparação com junho de 2017. Segundo a Receita, a soma dos salários na economia cresceu 3,46% em junho (fato gerador para o mês de maio), atualizado pela inflação oficial, houve um aumento real de 0,59% dos salários. No primeiro semestre, as receitas previdenciárias cresceram 1,46%, chegando a R$ 199,776 bilhões.

Em junho, a Receita informou que houve influência da greve dos caminhoneiros nos resultados. O mês foi afetado pela queda de 6,67% na produção industrial, na comparação com o mesmo período de 2017, influenciando a arrecadação de Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI). “Essa retração está diretamente relacionada com a paralisação dos caminhoneiros, em maio de 2018”, diz a Receita. Em junho, o IPI registrou queda de 14,28% na comparação com igual mês de 2017.

Governo bate recorde em meio a problemas na economia

A divulgação do recorde acontece, ironicamente, após uma semana em que as notícias do desempenho econômico não foram nada positivas.

Na últimas sexta-feira (20), o Ministério do Planejamento divulgou o relatório bimestral de avaliação das receitas e despesas e reduziu de 2,5% para 1,6% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018.

Essa foi a segunda vez consecutiva que o governo alterou para baixo a previsão do PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma das riquezas produzidas pelo país em um período determiando de tempo, no caso, o ano de 2018.

Isso é sinal de que a economia não está caminhando como planejado pelo governo. A previsão inicial era de crescimento de 2,97% e foi revisada, ainda em maio, para 2,5%. Agora, no entanto, a queda foi ainda mais acentuada.

Em adição a isso, o governo federal também aumentou a expectativa da inflação de 3,4% para 4,2%. Nesse caso, porém, a inflação se aproximou mais daquela que era esperada pelo governo no começo do ano para 2018: que é de 4,5%.

O sistema de metas implementado no Brasil há alguns anos, porém, prevê uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, estabelecendo como limite os 3% e os 6%. Dessa forma, se as expectativas se confirmarem, a inflação desse ano deverá ficar dentro do planejado.

Esse movimento, porém, veio na contramão do mercado que, pela segunda semana consecutiva rebaixou a expectativa de inflação para 2018. As estimativias ainda estão próximas, mas enquanto o governo previu 4,2%, o mercado financeiro, através do Boletim Focus divulgado pelo Banco Central semanalmente, rebaixou de 4,15% para 4,11%.

O dado mais preocupante para os trabalhadores brasileiros, porém, é o de desemprego. Isso porque, no mesmo mês de junho, o Brasil, pela primeira vez no ano, fechou mais vagas de emprego formal do que abriu. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram 1.167.531 contratações e 1.168.192 demissões no mesmo período, um saldo negativo de 661 vagas com carteira assinada.

O resultado foi considerado uma surpresa pelo Caged, já que em abril, o Brasil havia criado 121.146 empregos formais; no mês seguinte, em maio, o saldo positivo foi de 33.659 postos de trabalho.

O último revés tinha acontecido em dezembro de 2017, quando o país perdeu 340.087 empregos formais. Já no mesmo período do ano passado, junho, o Brasil havia registrado a abertura líquida de 16.702 vagas formais. Nada disso, porém, parece estar afetando a arrecadação de impostos por parte do governo federal.


O nosso site usa cookies

Utilizamos cookies e outras tecnologias de medição para melhorar a sua experiência de navegação no nosso site, de forma a mostrar conteúdo personalizado, anúncios direcionados, analisar o tráfego do site e entender de onde vêm os visitantes.

Centro de preferências de cookies

A sua privacidade é importante para nós

Cookies são pequenos arquivos de texto que são armazenados no seu computador quando visita um site. Utilizamos cookies para diversos fins e para aprimorar sua experiência no nosso site (por exemplo, para se lembrar dos detalhes de login da sua conta).

Pode alterar as suas preferências e recusar o armazenamento de certos tipos de cookies no seu computador enquanto navega no nosso site. Pode também remover todos os cookies já armazenados no seu computador, mas lembre-se de que a exclusão de cookies pode impedir o uso de determinadas áreas no nosso site.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são essenciais para fornecer serviços disponíveis no nosso site e permitir que possa usar determinados recursos no nosso site.

Sem estes cookies, não podemos fornecer certos serviços no nosso site.

Cookies funcionais

Estes cookies são usados para fornecer uma experiência mais personalizada no nosso site e para lembrar as escolhas que faz ao usar o nosso site.

Por exemplo, podemos usar cookies de funcionalidade para se lembrar das suas preferências de idioma e/ ou os seus detalhes de login.

Cookies de medição e desempenho

Estes cookies são usados para coletar informações para analisar o tráfego no nosso site e entender como é que os visitantes estão a usar o nosso site.

Por exemplo, estes cookies podem medir fatores como o tempo despendido no site ou as páginas visitadas, isto vai permitir entender como podemos melhorar o nosso site para os utilizadores.

As informações coletadas por meio destes cookies de medição e desempenho não identificam nenhum visitante individual.

Cookies de segmentação e publicidade

Estes cookies são usados para mostrar publicidade que provavelmente lhe pode interessar com base nos seus hábitos e comportamentos de navegação.

Estes cookies, servidos pelo nosso conteúdo e/ ou fornecedores de publicidade, podem combinar as informações coletadas no nosso site com outras informações coletadas independentemente relacionadas com as atividades na rede de sites do seu navegador.

Se optar por remover ou desativar estes cookies de segmentação ou publicidade, ainda verá anúncios, mas estes poderão não ser relevantes para si.

Mais Informações

Para qualquer dúvida sobre a nossa política de cookies e as suas opções, entre em contato conosco.

Para obter mais detalhes, por favor consulte a nossa Política de Privacidade.

Contato