Um levantamento realizado pela KPMG revelou que a grande maioria das empresas ainda não possui uma visão completa sobre os impactos financeiros que a reforma tributária poderá trazer. A pesquisa envolveu 35 empresas do setor de Financial Services e evidencia um cenário de incerteza e necessidade de maior planejamento estratégico. As organizações precisam capacitar suas equipes para entender como as novas regras podem influenciar custos, preços e processos internos.

Embora 66% das empresas tenham iniciado algum tipo de análise sobre os efeitos financeiros e tributários da reforma, a maior parte ainda está em fase de estudo. Cerca de 20% das companhias afirmaram que não deram início a nenhuma avaliação, enquanto apenas 14% conseguiram concluir todo o processo de levantamento.

O estudo também aponta que os prazos para adaptação às novas exigências estão apertados. Seis em cada dez empresas planejam finalizar as adequações até dezembro de 2025, enquanto uma parcela menor, de 6%, pretende concluir até setembro. Há ainda 14% das companhias que só devem concluir em junho de 2026, após a entrada em vigor da reforma, e 20% que ainda não definiram um prazo.

Entre os desafios mais citados, 40% das empresas apontam a complexidade técnica da reforma e a incerteza jurídica como principais fontes de preocupação. Outros 31% destacam a necessidade de adaptar sistemas internos, 20% mencionam possíveis impactos nos modelos de negócios e operacionais, e 9% indicam fatores diversos que também geram atenção.

Impactos da reforma tributária na contabilidade e no planejamento fiscal

A falta de entendimento consolidado sobre os efeitos da reforma pode gerar riscos contábeis significativos. Contadores precisam revisar lançamentos e ajustar processos internos para que todas as alterações tributárias sejam refletidas corretamente nas demonstrações financeiras.

Além disso, o planejamento fiscal se torna ainda mais estratégico. Decisões sobre créditos tributários, apuração de impostos e estruturação de operações corporativas exigem atenção redobrada para evitar autuações e otimizar o aproveitamento legal de benefícios.

Para os gestores financeiros, a análise dos impactos da reforma é crucial para manter a previsibilidade do fluxo de caixa. Empresas que não realizarem avaliações detalhadas podem enfrentar surpresas no pagamento de tributos, o que compromete projeções orçamentárias e decisões de investimento.