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Empresas menores se unem para disputar licitações


14/01/2015
Brasil
Estadao Conteudo

De olho nos investimentos em infraestrutura programados pelo governo, um grupo de nove empresas de pequeno e médio portes resolveu unir esforços e formar o primeiro consórcio do gênero para disputar leilões federais e estaduais. Após vencer sua primeira concessão há pouco mais de um ano, que deu direito a explorar um trecho de 436 quilômetros da rodovia BR-50, os empresários se preparam para oportunidades em aeroportos e portos, que têm editais esperados para os próximos 12 meses.

Para 2015, o governo federal espera lançar três grandes leilões, envolvendo os aeroportos internacionais de Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá e Recife, além das concessões da ponte Rio-Niterói e do porto de Imbituba (SC). Segundo o Ministério do Planejamento, o volume de investimento esperado nestas obras chega a R$ 4 bilhões.

"Do ponto de vista do retorno sobre o investimento, os aeroportos estão mais próximo daquilo que queremos. Mas nem sempre a obra mais rentável representa a melhor oportunidade", diz Carlos Eduardo Prado, gerente da Empresa Global de Projetos (EGP), criada a partir da parceria entre as nove pequenas e médias empresas, que, juntas, faturaram R$ 1,5 bilhão em 2014.

Ao vencer o leilão da BR-50, que liga as cidades de Cristalina (GO) e Delta (MG), a EGP, sob o nome de Consórcio Planalto, abriu um precedente importante para o setor. Em primeiro lugar porque foi a primeira vez que um grupo sem tradição em licitações, formado por empresas de menor porte, desbancou gigantes como CCR e Queiroz Galvão em uma disputa de obra pública. Em segundo lugar, a ação mostrou que PMEs podem ter chances maiores de ter o governo como cliente.

"Não era uma coisa comum empresas desse porte se juntarem para uma proposta específica. Mostramos para o mercado que isso é possível. O importante é conhecer bem os parceiros e ter estrutura financeira, porque qualquer reflexo, seja ele positivo ou negativo, vai impactar nos números das empresas dos sócios", diz Prado, que alega ainda existir uma cultura no Brasil de que este tipo de concorrência é exclusiva das grandes corporações, embora não exista nenhum impedimento legal para que PMEs participem.

"Nosso primeiro ano foi marcado pelo estudo dos editais que iam sendo divulgados pelo governo. Contou a nosso favor o fato de existirem poucas empresas especializadas em atuar no segmento de parcerias público-privada, como era a nossa meta", explica o executivo.

Consultoria

A partir deste mês, as licitações e pregões eletrônicos organizados pelo governo federal, cujo valor de compras seja de até R$ 80 mil, deverão ser exclusivos das micros e pequenas empresas, segundo a Lei Complementar 147/2014. No entanto, a consultora Benicia Montelli aponta para um cenário onde a maioria dos pequenos ainda não está preparada para participar de licitações e pregões eletrônicos. Os problemas variam desde erros internos de administração até o desconhecimento total dos processos licitatórios. "Os empreendedores precisam ser capacitados para entender o que é a concorrência pública e, sobretudo, o que é ter o governo como cliente. O processo ainda tem um nível alto de complexidade e os empreendedores devem se capacitar para entender editais, mecanismos, entre outros fatores que fazem parte do processo público", observa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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