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Por que todo negócio precisa de um líder de IA?
Saindo dos bastidores e passando a ter uma atuação mais visível, a inteligência artificial tem resolvido problemas e dores do varejo. Diante das oportunidades que a tecnologia oferece, alguns negócios abrem cada vez mais espaço para uma nova figura na empresa: a de líder de IA.
A pesquisa mais recente conduzida pelo MIT Technology sobre o assunto revela que apenas 9% dos líderes globais usam IA de forma significativa nas empresas. Um cenário que precisa mudar, segundo Magno Maciel, pesquisador da Open AI e Co-Founder da Serafin.
Outra pesquisa, essa feita pelo LinkedIn, sugere que há uma verdadeira corrida por parte das companhias para tratar do tema internamente com maior especialização. O material indica que o número de negócios com o cargo de chefe de IA quase triplicou globalmente nos últimos cinco anos.
Na opinião de Maciel, muita coisa mudou desde o lançamento do ChatGPT. Ocorre que muitos dos produtos desenvolvidos com IA começaram a se tornar mais palpáveis dentro dos processos de uma empresa.
Por essa razão, o especialista explica que a IA não pode mais ser tratada de forma genérica. Há quem delegue essa função a um único profissional ou departamento, mas a IA precisa permear o negócio como um todo. Por isso, é preciso um norte, ou melhor, um líder para conduzir essa verdadeira revolução. E ao que parece as empresas têm se movimentado para buscar pessoas com esse perfil.
Nas palavras de Maciel, o cargo requer um profundo entendimento da tecnologia de IA, além de demandar pessoas resolutivas e curiosas. Ao passo que competências como empatia, criatividade e adaptabilidade são valorizadas para profissionais de qualquer área, elas não necessariamente definem um líder disruptivo.
Vale lembrar que muito de uma cultura organizacional se define por tudo aquilo que um líder inspira, pois eles vão além da capacidade de condução e moldam não apenas o ambiente, mas o futuro de uma organização.
Em geral, esse cargo leva o nome de Chief Artificial Intelligence Officer (CAIO). Sua função envolve entender limites e vantagens do uso da IA, desmistificar conceitos, identificar oportunidades de negócios e de inovação, desenvolver soluções, viabilizar ética na análise de dados, entre outros.
Maciel considera que, para promover uma transformação profunda nos modelos de negócios, a IA precisa quebrar paradigmas. Para tanto, ele considera necessário que se criem posições de liderança para aprofundar as questões de IA, assim como qualquer inovação que aconteça. Esse movimento de investir, explorar, testar e evoluir é para o varejo como uma receita de bolo.
O especialista destaca que a era digital trouxe consigo startups bilionárias operando até mesmo com dezenas de funcionários. E a tendência, segundo Maciel, é que a IA potencialize ainda mais esse fenômeno. Permitir que empresas sejam criadas e escaladas por dois ou três indivíduos é a maior prova do poder da IA e de tudo o que ela proporcionar.
Um alerta importante é entender que para cada segmento, a aplicação da tecnologia será diferente. Há quem a utilize para aumentar e acelerar o processo criativo, produzir conteúdos personalizados e processos individuais. Outras experiências mostram que é possível aprimorar o grau de satisfação do cliente, repensar novas soluções com a indústria, ampliar o diálogo com fornecedores, bem como acelerar os negócios e serviços.
"O importante é entender que o cargo de liderança reforça a intenção de aplicar esses testes e aprendizados. O papel do CAIO não é estritamente técnico, mas sim estratégico", diz.
LÍDERES DIGITAIS PARA SE INSPIRAR
Yann Lecun: o cientista-chefe do laboratório de IA da Meta e professor da Universidade de Nova York é um dos pesquisadores mais influentes do mundo. Trabalha nas áreas de aprendizado de máquina, visão computacional, robótica móvel e neurociência computacional. Dentre seus projetos está o objetivo de dar às máquinas uma compreensão básica de como o mundo funciona. Em 2019 recebeu o importante prêmio Turing por contribuições à computação.
Cassie Kozyrkov: cientista de dados e líder no Google até outubro de 2023, ela definia a sua missão como democratizar a Inteligência de Decisão. Foi responsável por projetar o programa de análise do Google, treinando pessoalmente mais de 20 mil Googlers em estatística, tomada de decisões e aprendizado de máquina. Atualmente, é CEO da Data Scientific.
Marcela Vairo: a executiva de vendas de software atua há mais de 20 anos na Indústria de Tecnologia da Informação. Atual diretora de Data AI Apps e Automação na IBM, ela é formada em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA em Negócios pelo Ibmec.
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