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Venda de imóveis atinge recorde em 2023 – e há espaço para nova alta este ano, diz Abrainc
O ano de 2023 reuniu condições ideais para a retomada do mercado imobiliário brasileiro. A tendência de queda na taxa de juros e a perda de força da inflação se uniram a um conjunto de mudanças no principal programa habitacional do País, o Minha Casa Minha Vida (MCMV), resultando em um ano recorde em vendas.
De janeiro a dezembro de 2023, o mercado imobiliário registrou um crescimento de 32,6% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Os dados são do indicador Abrainc-Fipe, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Foram 163 mil unidades vendidas no ano passado, valor recorde e 24% maior que o de 2021 – segundo maior volume da série histórica iniciada em 2014. E para este ano, a perspectiva é continuar na tendência de alta.
“Esperamos novas altas em lançamentos e vendas este ano; 2024 será muito positivo [para o mercado imobiliário]”, avaliou Luiz França, presidente da Abrainc, em coletiva na manhã desta quarta-feira, 13.
Um dos fatores destacados pelo presidente é a tendência de queda da Selic. A taxa básica de juros está atualmente em 11,25% ao ano, e pode cair abaixo de um dígito no segundo semestre caso as expectativas do mercado se confirmem.
"Com a atual tendência de queda da taxa de juros, é esperado um aumento nas vendas em 2024, tornando a compra de imóveis para investimento ainda mais atrativa. Além disso, observou-se um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, fortalecendo ainda mais a procura por ativos imobiliários.”
Minha Casa Minha Vida volta a brilhar
A alta foi puxada por dois segmentos: o econômico, via Minha Casa Minha Vida, e o de médio e alto padrão. O MCMV apresentou aumentos de 42,4% no volume de unidades comercializadas e alta de 55,1% no valor total de vendas ao longo dos doze meses. Tendência positiva também no valor de venda de lançamentos, que subiu 39,3% no período.
A estimativa da Abrainc é que a mudança no teto do programa tenha impulsionado os números. Em julho do ano passado, o governo ampliou as faixas de renda e aumentou o valor máximo do imóvel que pode ser adquirido na faixa mais alta de R$ 264 mil para R$ 350 mil.
O segmento de médio e alto padrão, por sua vez, teve bons resultados em vendas, com alta de 14% no volume de unidades comercializadas e de 18,9% no valor de vendas. O indicador veio acompanhado, no entanto, de uma redução de 9,2% no valor de lançamentos no último ano.
“Estamos vendo uma venda de estoques. Atribuo essa redução a um posicionamento acertado de gestão [de portfólio] das empresas”, pontuou França.
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